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  • Foto do escritorLarissa Ferraro

ENTENDENDO O CORAÇÃO (cap.3 do livro Mulheres e Sexo)

Atualizado: 19 de mar. de 2021


Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida (Pv 4.23).

Depois de mais ou menos 14 anos morando em apartamento, Júnior e eu construímos uma casa e nos mudamos. Um dos sonhos que eu tinha para essa casa era ter um pomar e uma horta, mas nem eu nem ele entendemos nada sobre plantar e cultivar frutas e verduras. Então decidimos contratar uma pessoa que realizaria esse sonho para nós.

Eu não tive a oportunidade de acompanhar a plantação das árvores que vieram já crescidas e prontas para dar frutos. Minha parte no processo de ter meu pomar dos sonhos foi escolher as frutas que costumo comer e pedir para o agrônomo colocá-las em nossa nova casa. Em minha lista estavam: mamão, banana, coco e limão. Quando nos mudamos para a casa nova as árvores já estavam plantadas, então era só esperar chuva e sol fazerem seus papéis e em pouco tempo eu estaria comendo minhas frutas preferidas direto do meu quintal. Esse era meu plano.

Nos mudamos para a casa nova na época das chuvas em Fortaleza. Nessa época não aparecem muitos frutos, mas logo que o sol voltou a brilhar, minhas árvores começaram a produzir. Foi aí que começou minha decepção. Meu coqueiro não dava nada, nem meu limoeiro. Mas esse problema foi resolvido com mais tempo e um pouco mais de adubo, afinal, as sementes que geraram aquelas raízes das árvores eram mesmo de coco e limão.


O problema maior foi que começou a nascer cajarana em uma das árvores, uma fruta que não aprendi a gostar ainda. Em outra árvore, goiaba, fruta que também não faz muito minha cabeça, mas nada dos meus tão sonhados mamão e banana.

O sol que brilhava e a chuva que caía no limoeiro e no coqueiro eram os mesmos em todas as outras árvores, ainda assim, até hoje não tenho mamão e banana no meu quintal. Eu até poderia ir ao supermercado, comprar bananas e colar no meu pé de cajarana, mas isso não me faria ter uma bananeira em casa. Certamente, aquele fruto iria apodrecer, cair e não nasceria outro no lugar. Isso por uma razão bem simples que eu nem precisei de um curso de agronomia para entender: a raiz da árvore era de cajarana e não de banana. Nem o sol, nem a chuva têm o poder de mudar a raiz das minhas árvores, eles só manifestam o que já havia na semente plantada. Não terei banana e mamão, enquanto não plantar sementes dessas árvores.

Ao contrário do que você deve estar pensando, meu objetivo com este capítulo não é lhe aconselhar sobre como contratar alguém que plante as árvores que você quer em vez das que ele prefere plantar. Essa foi sim uma lição que aprendi com essa história, mas o que eu quero lhe ensinar aqui é como funciona o seu coração.

No livro de Provérbios 4.23, Salomão escreveu que acima de tudo devemos guardar nosso coração porque tudo que fazemos flui dele. Todos os nossos comportamentos, nossas emoções, nossos desejos, nosso afeto e nossa comunicação vêm de nosso coração. Jesus disse que nossos comportamentos seriam determinados pelo que estava dentro de nosso interior como Lucas afirma em seu evangelho: “O homem bom do bom tesouro do seu coração tira o que é bom; e o homem mau do mau tesouro tira o que é mau; pois a boca fala daquilo que preenche o seu coração” (ver Lc 6.45).

Contei para vocês as experiências que tive com o meu pomar para facilitar o entendimento da comparação que a Bíblia faz entre nosso coração e as árvores. Nossa vida pode ser comparada a uma árvore onde a raiz é o coração e os frutos são comportamentos e comunicação. Usando a história do meu pomar, a chuva e o sol seriam como as circunstâncias ao nosso redor, elas não têm o poder de mudar a raiz, ou seja, nosso coração, elas apenas revelam o que já está na raiz. Seja qual for a raiz ela vai determinar a fruta. Isto é, o que tem dentro do seu coração é que vai aparecer como comportamento e comunicação.

As circunstâncias podem até influenciar nossos comportamentos, como as chuvas fazem as árvores dar frutos maiores ou menores. Mas as chuvas não vão determinar o tipo de fruto que a árvore dá, assim como as circunstâncias não determinam nossos comportamentos. O que determina é a semente, ou a raiz, assim como o que está dentro de seu coração determina seus comportamentos. Podemos observar essas verdades na ilustração a seguir:

A ideia inicial dessa ilustração vem do livro Como as Pessoas Mudam, de Timothy S. Lane e Paul D. Tripp, mas gosto de acrescentar alguns detalhes, que reforçam a utilidade desse desenho para entendermos o nosso coração. Como esse trecho do livro do profeta Jeremias:

Assim diz o SENHOR: Maldito o homem que confia no homem, faz da carne mortal o seu braço e aparta o seu coração do SENHOR! Porque será como arbusto solitário no deserto e não verá quando vier o bem; antes, morará nos lugares secos do deserto, na terra salgada e inabitável. Bendito o homem que confia no SENHOR, e cuja esperança é o SENHOR. Porque ele é como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro, e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; e, no ano de sequidão, não se perturba, nem deixa de dar fruto (Jr 17.5-8).

Primeiro ponto a deixar claro é que quando o profeta diz “maldito o homem que confia no homem” ele está se referindo ao homem que confia em si mesmo. O homem que está no centro de seu próprio coração será como o arbusto no deserto, seus frutos, ou seja, seus comportamentos, são como galhos secos. Por outro lado, quando Deus está no centro, ou como gosto de dizer, no trono de nosso coração, nossos comportamentos são como lindos e deliciosos frutos.

Em outro trecho, o apóstolo Paulo escreveu aos gálatas, falando sobre comportamentos das pessoas que têm Deus no trono de seu coração. Paulo chamou esses comportamentos de fruto do Espírito. Ele escreveu também sobre os comportamentos daqueles que estão, eles mesmos, no trono de seu coração, o que chamou de obras da carne.

O fruto do Espírito Santo é oposto às obras da carne. Assim como estar no trono do meu coração é o oposto de ter Deus nessa posição que pertence só a Ele. Paulo cita comportamentos relacionados à sexualidade que nascem de um coração onde o homem é o centro. Conforme adicionei na ilustração, Gálatas 5.16-26 (ARC) afirma:

Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne. Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis. Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei. Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: prostituição, [adultério, fornicação], impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus. Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra essas coisas não há lei. E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito. Não sejamos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros.

Não são as circunstâncias que me fazem cair em adultério, ira ou glutonaria. É o meu coração que está focado em viver para minha própria glória e se manifesta nesses comportamentos. Da mesma forma, vencer esses comportamentos pecaminosos não é apenas uma questão de mudar comportamentos, isso seria cortar um fruto e colar em outra árvore.

Meu coração precisa ser transformado pelo Espírito e pela Palavra de Deus para que meu desejo seja de viver por Aquele que morreu por mim, conforme Paulo afirma em 2 Coríntios 5.15. Um coração transformado por Deus se manifesta em comportamentos que glorificam a Deus.

Ainda seguindo a ilustração, gosto de lembrar a situação de Paulo e Silas relatada no livro de Atos no capítulo 16, dos versos 19 a 34. Paulo havia expulsado um espírito adivinhador de uma jovem. Com isso a fonte de lucro que vinha dessa jovem cessou. Então, os senhores daquela jovem levaram Paulo e Silas para as autoridades com acusações de que eles estariam perturbando a paz na cidade. Isso resultou em açoites e a prisão dos dois cristãos.

As circunstâncias eram muito ruins para eles, sentiam dor, foram injustiçados, estavam sofrendo. Lembrando do nosso desenho, o sol batia forte naquelas raízes de suas árvores, mas quais foram os frutos manifestos por aqueles dois homens? O verso 25 descreve que “Paulo e Silas oravam e cantavam louvores a Deus...”.

No meio do sofrimento e da injustiça o que o coração de Paulo e o de Silas produziram foram louvores e orações a Deus. O resultado disso foi em seguida a salvação do carcereiro e sua família. Essa história nos mostra, que os frutos que produzimos a partir de um coração que tem Deus como o centro, impactam as pessoas a nossa volta e Deus usa tudo isso para realizar seu plano soberano.

Até aqui vimos como nossos comportamentos são resultados do que acontece dentro do nosso coração. Agora quero examinar o coração mais profundamente, e mostrar como nos alimentar de informações erradas que o mundo dá é prejudicial para nossa vida e para nossa intimidade com nosso marido. Vamos observar outra ilustração.


Criei essa ilustração do que seria nosso coração, biblicamente falando. Quando me refiro a coração aqui, não estou falando do músculo que pulsa no meio do nosso peito. A Bíblia fala de coração como o nosso ser interior e a partir dos versículos abaixo eu compus o desenho:

No evangelho de Mateus 15.18,19, Jesus diz que nossa comunicação e nossos comportamentos saem de nosso coração. Ele fala: Mas, o que sai da boca, vem do coração, e é isso que contamina o homem. Porque do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias.

• No Evangelho de Marcos 2.6-8, entendemos que nossos pensamentos também nascem em nosso coração. No relato bíblico, Jesus percebe o que os escribas estavam pensando sobre o que ele acabara de fazer e os questiona, dizendo: “Por que pensam sobre essas coisas em seu coração?”

• No Evangelho de João 16.6, aprendemos que os sentimentos também estão dentro de nosso coração. Jesus disse: “Porque vos tenho dito essas coisas, a tristeza encheu o vosso coração.”

• No antigo testamento, vemos que logo no princípio da criação, Deus viu que os desejos do homem eram maus e Gênesis 6.5 nos fala que os desejos estão no coração do homem.

• Em Romanos 10.9, o apóstolo Paulo escreveu que com o coração nós cremos, ou seja, nossas crenças também são parte de nosso coração.

Juntando essas informações, temos uma noção de como funciona o coração. Todas as partes são interligadas e operam em sintonia. O que eu faço tem ligação com o que eu desejo, que é influenciado pelo que eu acredito e penso. Tudo isso gera sentimentos e essa dinâmica é exibida ao mundo pelo que eu faço e falo.

Se no centro do meu coração ou no trono, como eu escrevi anteriormente, estiver eu mesma, meus comportamentos serão egoístas e para minha glória. Minha crença será de que eu mereço o que eu quero, por exemplo. Meu desejo será de receber glória ou respeito acima de qualquer coisa, mas ao contrário do que eu imagino, não terei paz em minhas emoções quando minha glória for o foco de minha vida. Isso acontece porque Deus nos criou para sua glória (ver Is. 43.7) e nosso coração só encontra paz quando vive no propósito certo. É mais ou menos assim:


Outro ponto que preciso deixar claro é que desejos como respeito, reconhecimento, controle e liberdade, por exemplo, não são pecados em si mesmos. Eles podem se tornar pecados se eu os desejar mais do que desejar agradar a Deus. Quando eu desejo algo, mais do que eu desejo agradar a Deus, eu peco para obter essa coisa ou peco porque não estou conseguindo obter. Isso é sinal de que meu objeto de desejo se tornou um deus em minha vida. Eu passo a servir e me prostrar diante daquele objeto, colocando nele minha expectativa de felicidade e paz no coração.

Vou lhe dar um exemplo de como isso pode acontecer em nosso casamento. Se eu acredito que eu preciso ter atenção do meu marido para ser feliz, vou pensar que ele deve chegar em casa e perguntar como foi o meu dia. Meu desejo será que o meu marido se interesse pelo que eu fiz no dia e tenha uma conversa focada em me dar atenção e mostrar que eu sou importante.

Nenhum marido é perfeito. Somos todos pecadores (ver Rm 3.23). Além disso, a vida de seu marido não gira em torno de adivinhar seus desejos e realizá-los. Então, a probabilidade é grande dele chegar em casa cansado, com fome e a primeira coisa que vai sair da boca dele será: “Não tem nada para comer ainda!”

Pobre marido, ele nem imagina o que acabou de acontecer... Seu marido acaba de violar as leis do seu reino. Você, rainha esposa, criou leis de adoração a si mesma, seu marido desrespeitou as leis de seu reino e você, então, assume a posição de juíza e o condena por isso.

Seu coração se enche de ira e você decide não só condená-lo, mas também puni-lo por tamanha afronta à sua majestade. Então, você explode. Responde de forma grosseira e começa a pensar o quanto ele é egoísta e insensível. Tudo isso vai parar no quarto com cada um dormindo virado para um lado. Se esse ciclo não for interrompido pode chegar até ao término de um casamento cheio de amargura.

Vamos entender o que aconteceu. Nesse exemplo, o desejo de reconhecimento e atenção ocupou o lugar de Deus no coração da esposa. Toda expectativa de felicidade foi colocada em um desejo que não foi satisfeito. Por não ter o desejo satisfeito a esposa pecou, mostrando que aquilo já era um deus em seu coração. Tudo isso aconteceu porque no centro do coração da esposa estava ela mesma, sentada no trono de Deus.

Minhas irmãs, vamos ser sinceras, isso é ou não é a dinâmica que acontece muitas vezes em nossa vida? Como já coloquei, as circunstâncias só revelam nosso coração. A falta de atenção de um marido não lhe faz pecar. Os desejos do seu próprio coração é que fazem isso.

O que o marido faz ou deixa de fazer é o sol da nossa primeira ilustração, lembra? Ele só manifesta um coração que tem o foco em si mesmo. Quer ver como isso é verdade? Como seria o comportamento dessa mesma esposa, se, em vez de esperar atenção e reconhecimento do marido, ela estivesse pensando em glorificar a Deus através de demonstrar amor ao marido assim que ele entrasse em casa? Certamente seria bem diferente do que eu coloquei no exemplo.

Não precisamos aprender a ter desejos egoístas, eles já estão dentro de nós. Como Paulo bem nos ensina em Romanos 7.17, o pecado mora dentro de nós. Se não fizermos absolutamente nada para evitar, vamos pecar. O que precisamos para mudar nosso coração é um processo de verdadeira lavagem cerebral, utilizando a Palavra de Deus.

Recebemos muitos conceitos do mundo sobre o que é ser mulher, o que é casamento, o que são os homens, como devemos nos relacionar. Se esses conceitos não forem moldados através da verdade que é a Palavra de Deus, nossos comportamentos serão todos baseados nessas crenças.

Já vimos como as crenças impactam nosso coração e direcionam nossos comportamentos. Vamos fazer um teste; seja bem sincera com você mesma e escreva tudo que vem a sua mente quando pensa nas coisas abaixo. Não queira escrever coisas bonitas, o que vier à mente, escreva.

Ser mulher: ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________

Homens/maridos: ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________

Casamento: ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________

Pense sobre o que veio a sua mente. São os conceitos bíblicos sobre mulheres, homens e casamento? Ou são coisas bem ruins baseadas em experiências pessoais e comentários vindos de sabedoria humana? Será que sua mente está limpa ou precisando de uma faxina?

O grande problema de enchermos nosso coração (pensamentos) com conteúdos de TV, redes sociais, revistas e livros seculares é que essas coisas vão moldar nossas crenças. Essas crenças vão afetar nossos desejos, que já tendem à desobediência a Deus, e o resultado é uma vida de comportamentos e comunicação pecaminosos, resultando em emoções ruins e falta de paz no coração. Como Paulo alertou os romanos, faço o alerta a você:

Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Rm 12.1,2).

Precisamos colocar em nossa mente a Palavra de Deus para que nosso coração seja transformado. Existem informações profundamente enraizadas em nossa cultura sobre o que é ser mulher, ser homem e o que é o casamento, que são contrárias ao que Deus determinou. Essas crenças erradas têm afetado casamentos cristãos em todas as áreas, incluindo o relacionamento sexual.

A DINÂMICA DO CORAÇÃO NO RELACIONAMENTO SEXUAL Agora que entendemos que nossos comportamentos não são coisas isoladas, que simplesmente acontecem em nossa vida, vamos pensar sobre como nossas crenças determinam nossas atitudes relacionadas ao sexo no casamento.

O relacionamento sexual de um casal é formado por vários comportamentos que eles têm nessa experiência. Todos os nossos comportamentos são originados da combinação do que acreditamos, pensamos, queremos e sentimos. Então, vou analisar duas situações com crenças que geram comportamentos sexuais ruins no casamento. Vou dar dois exemplos para facilitar nosso entendimento da dinâmica do coração nessa área.

Vamos imaginar que uma mulher goste muito de assistir filmes românticos. Sempre que pode, ela opta por esse tipo de filme. Esse é um hábito que ela tem desde adolescente, quando sonhava um dia conhecer um homem romântico que fosse apaixonado por ela. Aqueles filmes alimentavam o desejo dela um dia se casar com alguém que fosse como o ator dos romances.

Vamos pensar juntas, como são esses atores de filmes românticos? Em geral são lindos, bem arrumados, bem- sucedidos, educados, fazem qualquer esforço para estarem com a mulher amada, até aguentam as grosserias da mulher amada de tanto que querem conquistá-la, dão presentes caros e, claro, são românticos.

Agora vamos à vida real, esses homens existem? Não. Eles são personagens criados por uma indústria que sabe que o desejo do coração das mulheres é por esse modelo de homem perfeito, por isso produz os filmes. O problema é que quanto mais eu alimento meus pensamentos com esse tipo de conteúdo de filmes com homens perfeitos, mais eu gravo no meu coração que esse é o padrão de homem normal, o que não é verdade.

Diante de Deus, o padrão de homem normal é Jesus Cristo. Ele foi o único que ouviu do céu Deus dizendo que Ele Lhe dava prazer (ver Mt 3.17), ou seja, Jesus O agradava em tudo. Jesus Cristo foi o homem perfeito, mas não existe nenhum homem que já tenha alcançado a perfeição de Cristo aqui na terra. Então, seja com quem for que essa mulher case, esse homem não será perfeito.

A mente dessa mulher construiu um padrão de homem. As crenças e os pensamentos dela sobre o que deve ser um marido estão embasados em uma mentira, mas ela não percebe. O desejo dela é de se relacionar com o modelo do filme, mas a realidade é que o marido não é como aqueles homens. Isso gera o sentimento de frustração, e os comportamentos dessa mulher não serão amorosos e nem respeitosos com esse marido que ela acha que tem problemas.

Entendeu a dinâmica? A mulher acredita errado, pensa errado, deseja coisas que não são reais e com isso se frustra. O comportamento e a comunicação que nasce daí é de desprezo e desrespeito ao marido que ela tem. Consequentemente, não há desejo sexual por um marido que, aos olhos dela, não está no padrão de homem normal.

Por causa dos desejos e das crenças erradas, o foco dessa mulher é em sua frustração, porque o marido não faz o que ela acha que ele deveria fazer. Mas o que Deus quer que ela foque é em amar esse marido, como ela já se ama. Se a crença dela fosse nesse mandamento de Deus, o comportamento seria piedoso inclusive em relação ao sexo.

O segundo exemplo de crenças erradas, que levam a comportamentos pecaminosos no casamento, está relacionado a ouvir as muitas vozes da nossa cultura sobre o assunto sexo. Quando escrevo “muitas vozes” me refiro a revistas femininas, programas de TV, documentários e opiniões de pessoas não tementes a Deus.

A maioria dessas fontes defende que assistir pornografia é uma forma de melhorar o relacionamento sexual no casamento. O que não é verdade. Fica bem fácil entender a dinâmica do coração nesse exemplo: eu passo a acreditar que preciso de pornografia para melhorar o sexo no meu casamento. Isso vai ao encontro dos desejos desordenados do meu coração. Eu decido assistir e o resultado é um desejo sexual por alguém que não é meu marido. Isso leva à masturbação que resulta em sentimento de culpa. Se isso virar um hábito, eu posso passar a não conseguir mais sentir prazer com o meu marido, se não tiver algo mais entre nós dois, como nesses filmes. Ou seja, o que era para melhorar, acaba piorando o relacionamento com o marido e criando dependência de algo que Deus não aprova.

Mais uma vez, nesse segundo exemplo, eu acredito errado por influência dos pensamentos mundanos. Daí, eu desejo errado e tudo isso gera o comportamento errado e pecaminoso. Se esse ciclo começar a se repetir, nasce um hábito de pecado, que me escraviza. Por isso, devemos guardar o nosso coração, cuidando do que permitimos entrar em nossa mente. Esses conteúdos têm o grande potencial de virarem os nossos próprios comportamentos.

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